Método Montessori: veja a história e os princípios do método de ensino

Receba dicas e conteúdos exclusivos para a educação do seu filho.

Atualizado em 03/07/2024.


O método Montessori foi desenvolvido pela médica e pedagoga Maria Montessori na Itália, em 1907.


Índice:

1. O que é o método Montessori?

2. Qual a história do método Montessori?

3. Quais os benefícios do método Montessori?

4. A criança no método Montessori

5. Como é uma escola montessoriana?

6. Qual é o objetivo do método Montessori?

7. Quantas escolas no Brasil usam o método Montessori?


Essa metodologia de ensino foi criada a partir da observação do comportamento de crianças. Assim, seu objetivo é ajudar integralmente no desenvolvimento da vida da criança.


Abaixo, vamos explicar quando surgiu essa metodologia e como funciona uma escola montessoriana.

O que é o método Montessori?


É uma metodologia de ensino que tem como objetivo estimular a independência e a liberdade pessoal das crianças. Para isso, é preciso levar em consideração as limitações naturais do desenvolvimento físico, social e psicológico dos pequenos.


O método Montessori promove um ambiente preparado, onde as crianças têm acesso a materiais e atividades que são projetados para desenvolver habilidades específicas e promover a autonomia


Além disso, ele tem sido amplamente adotado em todo o mundo e é considerado uma abordagem inovadora e eficaz para a educação infantil.

Qual a história do método Montessori?

A pedagogia Montessori foi desenvolvida pela médica e pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952), que foi também a primeira médica mulher formada na Itália.


Na faculdade, ela observou que as crianças com deficiência mental, que até então eram consideradas ineducáveis pela sociedade, tinham um bom desenvolvimento quando recebiam uma educação que desenvolvesse a coordenação motora e respeitasse a autonomia de cada uma. Posteriormente, ela aplicou esses estudos para as demais crianças.


Por isso, um conceito central na pedagogia montessoriana é que o ser humano nasce com capacidade para autoeducar-se, nesse sentido, cabe à escola permitir que a criança conduza o próprio aprendizado. Nas palavras de Maria Montessori, é o princípio do “ajude-me a agir por mim mesmo”. Assim, cabe ao professor desenvolver a autonomia dos alunos no processo de aprendizado.

Quais os benefícios do método Montessori?

A teoria montessoriana é conhecida por ser muito benéfica para as crianças. Nesse sentido, algumas das principais vantagens que elas proporcionam para os pequenos são:

  • Desenvolvimento da independência e autoconfiança;

  • Estímulo à criatividade;

  • Desenvolvimento da coordenação motora e habilidades cognitivas;

  • Auxilia na habilidade de resolução de problemas e conflitos;

  • Promove boa autoestima;

  • Ajuda no controle da ansiedade; 

  • Aumenta a sensibilidade;

  • Desenvolve um bom senso de comunidade e compartilhamento.

A criança no método Montessori


O método montessori foi desenvolvido com crianças e, segundo seu ponto de vista, são elas as construtoras da humanidade. Por isso, o pilar dessa metodologia é tornar os pequenos cada vez mais independentes dos adultos.


Para Montessori, o desenvolvimento ocorre em etapas, chamadas de Planos de Desenvolvimento. Em cada fase, as crianças buscam um novo nível de independência em relação aos adultos. 

Primeiro Plano do Desenvolvimento (0 a 6 anos)

Nesta primeira fase da vida, as crianças têm dois grandes objetivos: entender como o mundo funciona e ganhar independência dos adultos.


Entender como o mundo funciona começa com a criança absorvendo imagens, linguagem, regras e cultura, além das leis físicas, químicas e biológicas. Apesar de ser um processo difícil, o cérebro infantil tem uma grande capacidade de se adaptar a novas informações.


Montessori, embora não pudesse observar o cérebro, percebia o comportamento dos pequenos. Ela sabia que eles tinham um tipo de mente especial, chamada de “Mente Absorvente”. Com isso, explicou como a criança parte do “nada” e se torna um ser humano competente e forte em apenas seis anos.


A independência física é outro aspecto importante desse desenvolvimento inicial. Pode ser resumida em uma frase dita pelas crianças: “Me ajuda a fazer sozinho”. Elas querem aprender, mas não querem que os adultos façam as coisas por elas.


Montessori dizia que nunca devemos interromper uma criança que acredita que pode fazer algo sozinha, mesmo que seu progresso seja lento.


Este Primeiro Plano é guiado por Períodos Sensíveis pois são os primeiros anos de vida onde o interesse e os esforços dos pequenos estão voltados para uma área de desenvolvimento. 


Se a criança tiver liberdade para seguir seus interesses durante esses períodos, se desenvolverá com mais facilidade e fluidez. Os resultados serão muito melhores do que se os períodos sensíveis fossem ignorados ou suprimidos.


Conforme fazem coisas cada vez mais difíceis, as crianças dominam o mundo ao seu redor. Então, começam a desejar explorar o mundo desconhecido, entrando na fase seguinte.

Segundo Plano do Desenvolvimento (6 a 12 anos)

As crianças no Segundo Plano do desenvolvimento já conhecem bem o mundo ao seu redor. Além disso, elas já sabem cuidar de si mesmas, dos outros e do ambiente. 


Com a independência física conquistada, elas agora desejam explorar outros mundos, que não podem ser tocados. Esses mundos incluem outros continentes, o universo, civilizações antigas, a Terra em sua formação e a história da evolução dos animais.


Para as crianças mais novas, do Primeiro Plano, Montessori dizia que suas "mãos são os instrumentos da inteligência humana". Da mesma forma, a imaginação é a "mão" das crianças de 6 a 12 anos. 

É por meio da imaginação que os pequenos exploram e entendem mundos distantes e inatingíveis. Lendo, ouvindo, estudando e imaginando, as crianças conquistam a independência intelectual.


Elas aprendem a pensar sem a ajuda dos adultos. E, como pensamos melhor juntos, essas crianças trabalham bem em grupo, com cada vez menos intervenção. Na convivência intensa, surgem problemas morais, e uma frase importante para as crianças de 6 a 12 anos é "Isso não é justo!". Para entender o mundo, as crianças fazem perguntas, escutam e contam muitas histórias.


Para compreender aspectos morais e de convivência, precisam de espaço para a análise. Não devemos resolver seus problemas nem diminuir a importância do que dizem – mesmo quando questionam nossos comportamentos. 


O papel do adulto no Segundo Plano é fornecer elementos para compreensão e permitir a reflexão livre – através de perguntas, histórias, diálogo e tempo. A socialização se torna cada vez mais importante, até a chegada da adolescência.

Terceiro Plano do Desenvolvimento (12 a 18 anos)

Para um adolescente, a parte mais importante do dia a dia é estar com outros adolescentes. Eles valorizam a socialização sem a presença ou ajuda dos adultos. Portanto, nessa etapa, a independência que estão conquistando é social.


Resolver seus próprios problemas sem depender das opiniões dos adultos é essencial, muitas vezes resistindo a esses pontos de vista para se libertar deles.


Também é importante para eles entender como a sociedade funciona: cidade, cultura, ideologia, economia, ciência e política. Eles querem pertencer a um grupo e serem aceitos como são, sem precisar se encaixar. 


Além disso, é fundamental que tenham a chance de estudar, trabalhar e conviver em grupo por longos períodos. O trabalho do adulto é criar ambientes que incentivem a formação de grupos saudáveis, onde eles se sintam pertencentes e tenham objetivos além de si mesmos.

Quarto Plano do Desenvolvimento (18 a 24 anos)

O início da vida adulta é um estágio importante para Montessori. Após sair da escola e ingressar na universidade ou cursos profissionais, o adulto busca entender seu caminho e seu propósito. Montessori usa o termo "Papel Cósmico" para explicar isso.


Todos os seres têm uma função no equilíbrio do universo, e isso vale para os adultos também. Cada adulto realiza atividades que contribuem para esse equilíbrio. 


Muitas vezes, nosso papel cósmico vai além do que está no contrato de trabalho. Podemos ser contratados para ensinar Geografia, mas nossa maior contribuição pode ser por meio de conversas que ajudam os alunos a encontrarem seu caminho. 


Ou então, podemos ser gerentes de loja, mas nosso impacto real pode ser ajudar os clientes a se sentirem melhor consigo mesmos.


O contrato de trabalho define nosso papel individual e garante nosso sustento. Já o papel cósmico é o que mantém o equilíbrio do universo. Todos os adultos têm um papel cósmico, mas ele não é descoberto apenas na universidade. Montessori defendia que os adultos trabalhassem desde cedo como assistentes e aprendizes para se tornarem habilidosos em suas profissões e conhecerem o mundo além das aulas.


Um adulto que encontra sua contribuição para o mundo e se torna bom nisso, sem se render ao poder e à posse, terá encontrado o caminho para criar um mundo melhor. Esse adulto terá alcançado um bom desenvolvimento pessoal e profissional.

Como é uma escola montessoriana?

A escola montessoriana pretende desenvolver a autonomia do aluno, com ênfase nas suas habilidades físicas, sociais e psicológicas. Por isso, há um importante processo de observação por parte do professor, que primeiro deve identificar as potencialidades e os limites dos estudantes.


Maria Montessori foi uma grande crítica do modelo de sala de aula tradicional, em que os alunos possuem lugar definido e um único professor ensina vários estudantes ao mesmo tempo, desconsiderando as particularidades de aprendizado deles.  


Por isso, em uma escola montessoriana, a sala de aula possui crianças espalhadas, tanto sozinhas como em pequenos grupos, concentradas em exercícios. Já o professor fica em meio aos alunos, auxiliando no que for preciso ou observando. 


Além disso, não existe recreio, já que a teoria montessoriana não diferencia o lazer da atividade didática. Também, nessas escolas, não há um único livro com texto, pois os estudantes aprendem a pesquisar nas bibliotecas ou na internet, construindo um repertório teórico de modo autônomo, orientados pelo professor.


Nas salas de aulas, o espaço é construído e organizado para permitir que as crianças façam movimentos livres, possibilitando a elas desenvolver tanto a coordenação motora como a iniciativa pessoal. Isso porque no método montessoriano a atividade sensorial e motora são essenciais no processo de ensino e aprendizado.


Afinal, a pedagogia de Montessori não tem como foco apenas o conteúdo, mas também a forma de adquirir conhecimento e de se relacionar com o mundo. Assim, há um estímulo para que as crianças exerçam a curiosidade natural de tocar e manipular o que estiver ao seu alcance.


A médica e pedagoga Maria Montessori afirmava que, na infância, o abstrato passa pelo concreto, isto é, a criança precisa conhecer o mundo pelas mãos e pelos movimentos para conseguir interpretá-lo. Por isso, o professor deve chamar a atenção dos alunos para algumas características dos objetos, por exemplo, a forma, o tamanho, o cheiro, o barulho, a forma. 

Qual é o objetivo do Método Montessori?

O método Montessori tem o objetivo de desenvolver a autonomia da criança, dando a ela liberdade no processo de aprendizado.Por considerar a criança um ser humano completo, que precisa ser devidamente orientado, o método montessoriano foca na liberdade da natureza do indivíduo.

Para isso, o método se baseia em seis princípios, são eles:

1. Autoeducação 

O aluno deve aprender sozinho, sem grande interferência de adultos. Isso parte do princípio de que há confiança nas crianças para que elas aprendam por conta própria e os professores devem respeitar esse processo.

2. Educação cósmica

Esse princípio parte da ideia de que tudo está interligado, portanto as áreas separadas se tornam abstratas, de modo que todo conteúdo possui algum vínculo com outro conteúdo. Esse pensamento busca despertar nos alunos o interesse pelo mundo e pelo universo.


3. Educação como ciência 

Esse princípio tem o foco na observação do estudante, já que todo o processo de ensino é baseado na observação feita pelo professor para que ele possa orientar devidamente o aluno. Por isso, enquanto os alunos “brincam”, o adulto os observa e analisa os seus atos.


4. Ambiente preparado

O ambiente é propício para que as crianças tenham liberdade e autonomia. Além de objetos ao alcance das crianças, o espaço de aula é minimalista, isto é, contém apenas o necessário para o desenvolvimento das atividades. 


5. Adulto preparado

A função do adulto é observar os alunos e intervir somente quando for necessário. A principal regra desse princípio é nunca fazer pela criança aquilo que ela pode fazer sozinha. O adulto preparado é aquele que, ao observar o estudante e os seus atos, percebe as possibilidades de fazer com que ele aprenda.


6. Criança equilibrada

Uma criança concentrada é uma criança em equilíbrio. É importante que não haja a interrupção de um adulto neste momento. Além da concentração, esse tópico também envolve o bem-estar do aluno. O equilíbrio é um princípio chave para o pensamento montessoriano, pois é a partir dele que o processo educacional se desenvolve.

Quantas escolas no Brasil usam Método Montessori?

Segundo a Organização Montessori do Brasil (OMB), cerca de 45 escolas utilizam o método Montessori no Brasil. A maioria desses colégios estão na região sudeste e sul. 


Quer saber se tem alguma escola montessoriana perto de você? Confira a lista das escolas Montessori feita pelo Melhor Escola.